quinta-feira, 20 de março de 2008

Vinho novo em odres novos.

Nem se põe vinho novo em odres velhos; do contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho, e os odres se perdem; mas põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam.“ Mt 9:17

Muitos pedem vinho novo da parte do Senhor, e quando se fala deste vinho querem dizer mais unção ou um renovo. Porém a questão é o vinho não pode ser desperdiçado por isso o odre também tem que ser novo.

E o que seria um odre? Odres são sacos de pele feitos para transporte e armazenagem de líquidos. Um odre velho fica com a pele desgastada, enrijecida com pregas decorrente do peso. Por que não se deve colocar vinho novo em um odre velho? A fermentação do vinho novo produz gases, cuja pressão dilataria e romperia o odre, justamente nas pregas.

O enrijecimento dos odres velhos pode ser comparados com a religiosidade e sua intransigência que lança no inferno sem pensar duas vezes aqueles que eram, sem dar a estes uma chance para o arrependimento.

Jesus, entretanto, foi para o monte das Oliveiras. De madrugada, voltou novamente para o templo, e todo o povo ia ter com ele; e, assentado, os ensinava. Os escribas e
fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes? Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo. Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra. E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava. Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.”Jo 8:1-11”.

Assim como os velhos odres não conseguem suportar a dilatação do vinho novo, a intransigência religiosa não consegue suportar a graça e misericórdia ensinada no evangelho de Cristo.

As palavras neos e kainos , significam novo no original grego com sentidos diferentes; Neos quer dizer novo no sentido de recente, mas não novidade, agora kainos significa novo no sentido de novidade, algo nunca visto ou usado.

mas põe-se vinho novo(neos) em odres novos(kainos), e ambos se conservam

Aos receber do vinho novo que é o ensino da graça e misericórdia do Senhor, podemos nos comparar aos odres velhos ou novos, espero que sejamos todos odres novos que retém o vinho novo.

E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” II Co 5:17; Cl 3:10; Rm 12:2; II Co 3:1-18.

sábado, 8 de março de 2008

Ser Aceito

Encontramos no livro de Gênesis logo no início a história de Caim e Abel, o primeiro homicídio. Observamos que o motivo que levou Caim a matar Abel foi a inveja, sim a inveja de o sacrifício dele não ter sido aceito pelo Senhor e o do seu irmão sim, sendo que o sacrifício foi o de menos, entendo que o que de fato agradou aos olhos do Senhor foi o procedimento de Abel, para que o seu sacrifício fosse aceito “agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante.” (Gn. 4:4; Os. 6:6; 8:3)

Este texto me leva a meditar qual seria o motivo que levou o Senhor a não se agradar do procedimento de Caim, o que ele havia feito? “Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas cumpre a ti domina-lo.”(Gn. 4:7). Creio que havia algo dentro de Caim que nem mesmo ele sabia pois, a inveja, o desejo de ser melhor que o irmão, que até então não haviam se manifestado tão fortemente a ponto dele perder o controle, conseqüentemente o levando a atentar contra a vida do próprio irmão. Mas Deus sabia o que se passava no íntimo daquele homem – “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações”. (Jr. 17: 9-10)

O ser humano busca a aceitação ou o reconhecimento deste cedo na escola, entre os amigos, até no trabalho, por isto existe a disputa por cargos e posições. Vamos parar pra pensar; será que nos dias de hoje, encontramos este mesmo comportamento no meio do povo cristão? A busca por ser aceito por Deus com a eliminação da concorrência?

Acredito que devemos sim buscar agradar ao Pai celestial com as nossas atitudes literalmente oferecendo o nosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável, e o nosso louvor como aroma suave a ele. Agora, se procedermos como Caim, disputando para ver quem é mais usado por Deus, quem é mais ungido ou mais santo, com certeza não seremos agradáveis a Deus, e com isso virá o sentimento de inveja.

Que Deus tenha misericórdia de nós e que nos ajude a não sermos como Caim para não tentarmos matar ao nosso irmão, ou como os irmãos de José que além de joga-lo no buraco, venderam-no como escravo, uma vez que sabemos que este foi comprado por preço mais valioso que ouro ou prata, foi comprado pelo sangue do cordeiro Jesus, então vejamos o nosso trato com o irmão (Gn. 37:24-28 ; l Pe. 1:13-19, 22).

Então como ser aceito por Deus? “Tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai e serve-o de coração íntegro e alma voluntária; porque o Senhor esquadrinha todos os corações e penetra todos os desígnios do pensamento. Se o buscares, ele deixará achar-se por ti; se o deixares, ele te rejeitará para sempre” (l Cr. 28:9) O segredo é ter um coração íntegro, justo para com Deus e o próximo e uma alma voluntária que não precisa ser mandada, antes como diz um ditado popular “está disposto a fazer o bem não importa a quem”, sempre lembrando que aquele que quer ser o maior seja o menor, e que a cada dia tenhamos em mente ter o irmão maior que nós mesmos. (Mt. 20:20-28; Fp. 2:3).