sexta-feira, 29 de agosto de 2008

A sagrada localização do templo (parábola)


Uma pequena ilustração Judaica que me vez refletir sobre o amor fraterno.

O rei Salomão herdou de seu pai, David, inúmeras riquezas e, graças à sabedoria que lhe era peculiar, soube fazê-las prosperar. Cada um de seus projetos era sempre realizado com sucesso e sua glória se espalhou pelo mundo. “De que me servem todos esses tesouros se os anos estão passando sem que eu possa cumprir a promessa que fiz a meu pai?”, perguntava-se amargamente o monarca.

Mandei construir dezenas de palácios, mas ainda não consegui erguer o Templo em louvor à glória de Deus. O Senhor é Testemunha de que não é má vontade de minha parte se ainda não iniciei tão nobre construção. No entanto, não sei como reconhecer o local mais apropriado. “Toda a Terra de Israel é sagrada, mas o solo no qual serão levantados os muros do Templo, deverá ser o mais precioso ao Criador”.
Uma noite, Salomão meditava novamente sobre o local em que deveria construir o Templo; sua promessa ainda por cumprir o incomodava e, em vão, lutava contra o sono. À meia-noite, não tendo ainda conseguido adormecer, decidiu sair para caminhar. Vestiu-se rápida e silenciosamente para não ser visto pelos serviçais e saiu do palácio.
Andou por uma Jerusalém adormecida, passando perto de grandes jardins e bosques, acompanhado somente pelo agradável ruído das folhas que farfalhavam ao vento, até que finalmente chegou ao Monte Moriá. A colheita recém terminara e do lado sul da montanha já estavam dispostos feixes de trigo cortados. Salomão apoiou-se em um tronco de oliveira, fechou os olhos e em sua mente começaram a desfilar as mais diversas localidades de seu reinado. Reviu colinas, vales, bosques que lhe pareciam destinados ao Templo e dezenas de outros locais por onde havia passado cheio de esperança, mas dos quais saíra decepcionado.
Repentinamente, o rei Salomão ouve passos. Abre os olhos e vê um homem carregando em seus braços um feixe de trigo. Um ladrão – pensou, rápido. Estava prestes a sair de seu esconderijo sob a árvore, mas conteve-se no último momento. “Esperemos para ver o que esse homem está tramando”.
O visitante noturno trabalhava rapidamente e sem ruído. Ele colocou o feixe de trigo no terreno vizinho, depois voltou para buscar outros e assim continuou até levar 50 feixes. Depois, olhou preocupado, em seu redor, como que para se certificar de que ninguém o havia visto e partiu. “Gentil vizinho”, pensou Salomão. “O proprietário do terreno não deve saber por que sua colheita diminui durante a noite...”
Mal teve tempo de refletir sobre como punir o ladrão, pois logo a seguir, outro homem apareceu. Prudente, o homem circundou os dois terrenos e, acreditando estar só, pegou um feixe de trigo de um terreno e o levou para o outro. Fez exatamente o que o outro fizera, só que levando o trigo no sentido inverso. Assim, ele fez com mais outros 50 feixes de trigo, partindo, depois, em silêncio.
“Esses vizinhos se merecem...”, pensou Salomão. “Imaginei que só havia um ladrão mas de fato, o próprio ladrão acaba sendo, ele mesmo, roubado”. Sem delongas, no dia seguinte, Salomão convocou os dois proprietários dos terrenos.
Deixou o mais velho esperando em uma sala, enquanto interrogava o mais jovem, com severidade:“ Diga-me, com que direito você pega o trigo do terreno de seu vizinho? ”
O homem olha surpreso para Salomão e fica vermelho de vergonha. “Senhor”, responde-lhe, “eu jamais faria uma coisa dessas. O trigo que eu transporto me pertence e eu o coloco no campo de meu irmão. Gostaria de manter isso em segredo, mas já que fui apanhado, direi a verdade. Meu irmão e eu herdamos de nosso pai um campo que foi dividido em duas partes iguais, apesar de ele ser casado e ter três filhos, enquanto eu vivo só. Meu irmão precisa de mais fermento que eu, mas não aceita que eu lhe dê. É por isso que levo os feixes para ele, secretamente. Para mim, eles não fazem falta enquanto que ele deles necessita”.
Salomão levou o homem para outra sala e chamou o proprietário do segundo campo:
“Por que você rouba o teu vizinho”, perguntou asperamente. “Sei que você se apossa do trigo dele, durante a noite.”
“Deus me livre de fazer uma coisa dessas”, protestou o homem, horrorizado. Na verdade, ocorre o contrário. Meu irmão e eu herdamos de nosso pai duas partes iguais de um terreno, mas eu, em meu trabalho, conto com a ajuda de minha esposa e meus três filhos, enquanto ele está só. Ele precisa chamar o ceifeiro, o debulhador, de forma que ele gasta mais dinheiro que eu e logo estará passando necessidade...Ele não quer aceitar um único grão de trigo de minha parte, e por isso eu levo para ele pelo menos alguns feixes, em segredo. Para mim não fazem falta, enquanto que ele os necessita”.
Então, o rei Salomão chamou novamente o primeiro homem e, emocionado, abraçou os dois irmãos e disse: “Vi muitas coisas em minha vida, mas jamais encontrei dois irmãos tão honestamente despreendidos como vocês. Durante anos vocês foram de uma bondade imensa e recíproca – e o que é mais importante – em segredo. Faço questão de lhes expressar toda minha admiração e peço que me perdoem por haver suspeitado que fossem ladrões, quando na verdade são os homens mais nobres da terra. Agora, tenho que lhes pedir um favor. Vendam-me seus terrenos para que eu construa o Templo Divino sobre esse solo santificado pelo amor fraterno de vocês dois. Nenhum local é mais digno do que esse, em nenhum outro local o Templo encontrará fundamentos mais sólidos.”
Os irmãos concordaram, de bom grado, com o pedido de Salomão. Deram-lhe o campo e o rei de Israel os recompensou fartamente. Em troca, deu-lhes terras mais vastas e mais férteis e fez anunciar, por todo o país, que o local sagrado para o Templo de D’us finalmente fora encontrado!
"Toda a Terra de Israel é sagrada, mas o solo no qual serão levantados os muros do Templo, deverá ser o mais precioso ao Criador"
“Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o filho do Homem, que não veio para servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. MT 20:26-28

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Graciosa graça


Bem, depois de um ano na área técnica do blog, cuidando do layout e funcionalidades, lá vai o meu primeiro post...

Temos uma dificuldade tremenda em compreender a Graça de Deus, mas tudo se torna mais claro ao compreendermos a partir da perspectiva de que a Graça de Deus faz parte do plano redentor traçado pelo Pai para que pudéssemos nos reaproximar dele.

Quando Paulo escreve a segunda carta aos coríntios, no final ao abençoá-los nos dá esta descrição.

“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.” II Co. 13:13.

A graça redentora de Jesus Cristo nos resgatou do pecado que nos separava de Deus, uma vez resgatados por esta graça temos novamente acesso ao amor de Deus.
Agora, através desta maravilhosa graça de Cristo Jesus, graça que não merecemos, somos reintegrados ao amor de Deus que na sua infinita misericórdia e conhecedor de nossas fraquezas nos deu a “comunhão do Espírito Santo” para que por esta comunhão nos mantenhamos no amor de Deus eternamente.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Aliança feita, muralhas ao chão


Sempre que ouço no inicio da ministração o pregador dizer: - abram a bíblia no livro de Josué... , automaticamente me vem a mente abrir no capítulo 6 pois é quase certo ele falar da destruição das muralhas de Jericó.

Não estou dizendo que este texto não deva ser pregado mas, com as dificuldades que o ser humano encontra no dia a dia, quem não gostaria de ter seus problemas derrubados ou aniquilados? Então ministrar sobre a vitória milagrosa de Israel é arrancar com certeza a aprovação e aplausos dos ouvintes emocionados com o relato e com a possibilidade de o mesmo acontecer em suas vidas.

Eu acredito que Deus pode realizar maravilhas hoje como operou na historia do povo hebreu, pois Ele é o mesmo ontem, hoje e será eternamente, mas devemos atentar para o relato antes da derrubada das muralhas.

Primeiramente o livro de Josué mostra o Senhor relembrando ao povo a sua fidelidade, e os aconselhando a buscar através das escrituras saber qual a sua vontade, e aproveita para alertá-los do horror que Ele tem contra o pecado. (Js 1:1-18)
Vale a pena lembrar que essa geração não é a que saiu do Egito, pois a geração vinda do Egito sucumbiu no deserto devido a rebeldia e incredulidade ficando apenas Josué e Calebe (Nm 14:20-38).

Esta nova geração não presenciou o poder com o qual Deus havia retirado Israel do domínio do Egito, porém testemunharam muitas outras maravilhas que o Senhor fazia entre eles. Este era um povo sem aliança com o Senhor, pois não eram circuncidados e iriam para a batalha sem ter esta aliança, por esta razão o Senhor ordenou a circuncisão para retirar o opróbrio do Egito de sobre eles. Logo após a circuncisão vem o descanso, e com as forças recobradas é momento de celebrar e se alegar pelos feitos realizados pelo Senhor e pelos que Ele irá fazer. (Js 5:1-12)

Trazendo para hoje encontramos muitos querendo “derrubar muralhas”, “desbaratar exércitos”, “saltar montes”, profetizar vitórias, mas esquecem que primeiro devemos atentar para a palavra do Senhor, reafirmar nossa aliança com ele (ter uma vida na presença de Deus), descansando nele sabendo que nossa força vem somente dele, se alegrando a cada dia não somente pelo que Ele pode fazer, mas sim pelo que Ele já fez na cruz do calvário.

domingo, 24 de agosto de 2008

Manutenção...


Aqueles que lêem o blog com frequência devem ter notado algumas modificações. Pois é, o contador de visitas parou de funcionar travando o rádio e o funcionamento do blog. Fomos tentar resolver e acabamos dando uma "embelezada" no layout.

Tem um novo contador de visitas que ainda não é o que queríamos, colocamos novas músicas no rádio (clique para conferir) e o André postou mensagens novas. Testamos um contador que dava a localização de quem acessava e ficamos surpresos ao ver em dez minutos gente de todas as partes do país e até de Portugal. Infelizmente este contador também travava o blog e tivemos que tirar.

Para aqueles que tiveram dificuldades de acessar ontem, 1000 perdões.

Enfim, comentem sobre as mensagens, o layout, dê a sua opinião.

Atire a primeira pedra...




sábado, 23 de agosto de 2008

Qual a prioridade da sua pregação?

Hoje em dia aqui no Brasil existe um crescimento de tele-evangelismo, isso seria muito bom para a anunciação da palavra e louvável. Isso se quase a maioria desses tele-evangelistas não gastassem o tempo para propagar a teologia da prosperidade.

Certa vez em uma palestra ouvi a seguinte definição sobre esta teologia: “A teologia foi criada pelos alemães, piorada pelos americanos (teologia da prosperidade), e praticada pelos brasileiros.” Concordo com esta definição, pois creio que o nosso foco não pode estar no que o Senhor pode nos dar, mas sim nele, que é o nosso salvador e que diga-se de passagem, já nos deu a “benção”, a salvação.

Com a divulgação da teologia da prosperidade que ensina a estarmos preocupados com o “ter” mais do que o “ser”, o cristão cada vez mais se afasta do verdadeiro propósito, que é preparar o caminho para a segunda vinda do Senhor. Tomo como exemplo bíblico e aproveito para meditar um pouco na vida e ministério de João batista, “João significa Graça ou favor de Deus, batista refere-se a sua vocação especial de batizar” (Mt 11:13/Lc 16:16).

A vinda de João batista pôs fim a dispensação da lei, e o inicio da dispensação da graça com o evangelho da paz. (At 10:36-37/Mc 1:1-5), a pregação dele fazia referência ao reino de Deus, certamente levando os seus ouvintes a entender que a ordem de Deus seria estabelecida no mundo, porém antes de qualquer manifestação visível da soberania de Deus, a expressão indica a maneira de vida dos que se deixam dirigir por Deus em tudo. Para isso há a necessidade do arrependimento que é ter uma mudança de parecer que resulta em pesar; é mudar de propósito (Mt 13:33/Rm 12:1-2).

O ponto de partida da vontade de Deus manifesta em nós segundo a pregação de João batista, é o arrependimento que envolve dar uma guinada com vistas ao Reino dos Céus e para isso devemos nos arrepender, mudar de comportamento, redirecionar os objetivos das nossas vidas (Mc 1: 15/Cl 3: 1-4).

Isto claramente indica que, antes da vinda de João batista, o Reino dos Céus não estava presente. Mesmo após João ter começado a sua pregação, o Reino dos Céus ainda não estava presente, estava somente próximo. O próprio Senhor Jesus em suas pregações e ensinos centralizava o Reino de Deus, que curiosamente das 137 referências ao “Reino” feito no novo testamento 100 ocorrem durante o ministério de Jesus, mostrando a importância que o Senhor dava a sua anunciação e ele alertou aos discípulos para fazerem o mesmo. (Mt 4: 17; 10:7).

João foi enviado para preparar o caminho do Senhor, este caminho é semelhante a uma rua, e as veredas semelhantes a travessas, é um retrato do coração do homem com todas as suas partes. Preparar o caminho do Senhor é arrepender-se e levar outros ao arrependimento de todo o coração e deixar o Senhor entrar nele.

“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” Ap 3:20.

Endireitar as veredas do Senhor é permitir que Ele ocupe cada parte do nosso coração, incluindo a mente, as emoções e as vontades. Portanto, preparar o caminho do Senhor e endireitar as veredas é mudar de comportamento, voltar o pensamento para Ele e endireitar o coração, para Ele, por meio do arrependimento, cada parte e caminho do coração seja por Ele endireitado com vistas ao Reino dos Céus (Is 40:1 - 11).

Fica agora a comparação com o “evangelho” que anda sendo divulgado por muitos tele- evangelistas e líderes de muitos ministérios. Espero que você que está lendo este artigo esteja ou comece a dar prioridade a pregação do reino que envolve arrependimento e graça de Deus.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Os sacerdotes, os magos e o Cristo

É atemorizante observar como a religião cega, até mesmo os maiores observadores da escritura, um exemplo disto encontramos no início do evangelho escrito por Mateus.

Os sacerdotes eram os que ensinavam a lei ao povo (Ml. 2:7) e os escribas eram os que conheciam as escrituras (Ed. 7:6). Tanto os sacerdotes quanto os escribas tinham conhecimento com relação a Cristo, mas ao contrário dos magos do oriente não tiveram a visão nem tinham o desejo de buscar a Cristo.

Os judeus tinham as escrituras a respeito de Cristo e os magos do oriente viram a estrela de Cristo”. (Mt 1-3)

Os judeus tinham o conhecimento mental das letras mortas com relação a Cristo, enquanto os magos receberam a visão viva (Nm. 24:17) a seu respeito.

Porém, os magos por não conhecer o que diziam as escrituras acerca dos fatos e seguindo os seus próprios conceitos foram pelo que parecia óbvio, com isso desviaram-se parando em Jerusalém, a capital da nação judaica, onde se presumia que o rei deveria estar.

O desvio deles alarmou a Herodes “O grande”, conhecido por sua crueldade e por ter cometido barbaridades, este era chamado pelos romanos de “rei dos judeus”, que conseqüentemente mais tarde ordenou a morte de inocentes (Mt. 2: 16-18), porém tudo estava contribuindo para o cumprimento das escrituras.(MT 2:13-15; Os 11:1).

Depois os magos tiveram um encontro com as escrituras, sendo por elas corrigidos e restaurados de volta ao caminho correto que os levaria ao Rei dos Reis e Cristo, a estrela apareceu novamente para eles.

“A visão viva sempre acompanha as escrituras.” (Mt 2:4-10).

Uma vez que temos um encontro com Cristo jamais seguimos o mesmo caminho, pelo contrário, sempre tomaremos um novo caminho (Mt 2:12).